De acordo com estudos e pesquisas, uma das principais razões que fazem os jogos serem tão viciantes é que eles são projetados para isso.
Vai longe o tempo em que as crianças podiam jogar bola ou empinar pipa na rua com seus amigos. Hoje, a violência urbana e a necessidade dos pais de trabalharem fora de casa provocaram uma mudança radical no que diz respeito ao lazer desses jovens. Por questões de segurança e comodidade, é muito mais fácil entregar um jogo eletrônico em suas mãos. Porém, as consequências desse ato têm sido desastrosas, já que muitas crianças e jovens estão ficando viciadas em videogames.
Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS), órgão da ONU responsável pela orientação mundial de políticas públicas de saúde, anunciou que a partir deste ano, o vício em jogos de videogame passará a ser considerado como um distúrbio mental.
Segundo a psicóloga e psicopedagoga Leni Rodrigues, do Hospital Santa Casa de Mauá, localizada na região metropolitana de São Paulo, essa será a primeira revisão do CID desde 1990. “A OMS define a desordem como um padrão de comportamento persistente ou recorrente, de gravidade suficiente para resultar em comprometimento significativo nas áreas de funcionamento pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional, entre outras”, explica.
De acordo com estudos e pesquisas, uma das principais razões que fazem os jogos serem tão viciantes é que eles são projetados para isso. Os principais sintomas do vício em jogos são: sentimentos de inquietação e / ou irritabilidade quando não está jogando; preocupação e pensamentos com relação ao jogo on-line, e sentimento de antecipação com a próxima sessão; mentir para amigos ou familiares sobre a quantidade de tempo que passa jogando; isolamento dos outros a fim de passar mais tempo no jogo; fadiga; enxaquecas devido à intensa concentração ou esforço dos olhos; síndrome do túnel cárpico, causada pelo uso excessivo do mouse ou controle, além do descuido com a higiene pessoal.
Para Valéria Xavier, também psicóloga do Hospital Santa Casa de Mauá, assim como qualquer outro transtorno compulsivo, o vício em videogame pode levar a consequências negativas graves. Embora a maioria dos sintomas listados acima tenha efeitos de curto prazo, eles podem levar a problemas mais severos ao longo prazo se não forem tratados adequadamente.
“Alguém viciado em jogos, muitas vezes, pode evitar dormir ou fazer refeições adequadas para continuar jogando e, embora os efeitos a curto prazo incluam fome e fadiga, podem transformar-se eventualmente em um distúrbio do sono ou problemas de saúde relacionado à dieta, como anorexia, diabetes e desnutrição. Outros efeitos ao longo prazo do vício em jogos são as consequências financeiras, acadêmicas e profissionais. Por conta do vício, os jogadores viciados diminuem cada vez mais o tempo para se concentrar em sua educação ou carreira”, explica Valéria.
Leni acrescenta que estudos recentes sobre as relações entre o vício em videogames depressão mostrou uma correlação alarmante entre os dois, já que o vício pode ser tão perigoso quanto qualquer outro e deve ser tratado como tal. O primeiro passo para superar a dependência é ser capaz de reconhecer que ela existe e procurar a ajuda de um profissional.
“No entanto, para ter um diagnóstico preciso, esse comportamento deve ser observado pelo menos, por um período de 12 meses, embora essa duração possa ser encurtada se todos os requisitos de diagnóstico forem atendidos e os sintomas forem graves”, finalizam as psicólogas.
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